sexta-feira, 17 de junho de 2011

Uma anotação

    Esta semana, enquanto eu estava estudando o Parnasianismo brasileiro, fiz uma anotação um tanto singular, e só notei a sua singularidade quando a li uma segunda vez. Foram umas rápidas palavras que escrevi dirigidas a mim mesmo:
    De toda a literatura, os poemas parnasianos são os mais fáceis de compreender por conta da opção que os autores adotaram de compô-los descritivos, objetivos e não-sentimentalistas. Desse modo, caro André, seu idiota, procure ler toda a obra de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e, principalmente, Olavo Bilac.
    Publiquei isto em meu blog apenas para me servir de lembrete, pois se deixasse essas minhas palavras na folha de anotações, elas se perderiam entre as outras anotações. Se, ainda assim, eu não lembrar, alguém, por favor, me lembre de ler toda a obra de, pelo menos, Olavo Bilac.

Um soneto camoniano

Dedico esses versos de Camões à menina que amo.

Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto, um desconcerto;
D’alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.

Se me pergunta alguém porque assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.