sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Vendo a cidade se apagar


Durante o apagão deste mês, que se iniciou ontem exatamente às 23h13, estava eu em casa, escrevendo um e-mail. De repente, tudo fica escuro. Neste Ano da Graça de 2012, sempre que falta energia elétrica, eu penso: “Pronto. É o fim do mundo. Um asteroide deve ter caído neste momento em algum lugar do planeta. Em segundos, o fogo devorador chega aqui destruindo tudo.” Dirigi-me então à janela do corredor, que fica no primeiro andar. Dali se tem uma vista parcial da cidade. Vi que estava iluminada como em todas as noites, as nuvens vermelhas, o que me fez imaginar que a falta de energia havia sido apenas no meu bairro. Mas não saí da janela. Gosto do escuro. Algumas estrelas apareciam entre as nuvens, soprava um vento frio. Instantes depois, vi quando metade do Monte Bom Jesus ficou às escuras. Logo em seguida, o bairro Petrópolis apagou-se de uma só vez, seguido de outras partes da cidade, que foi desaparecendo na escuridão. O último trecho a se apagar foi a parte mais elevada do Monte Bom Jesus, no qual só as duas luzes vermelhas da torre mais alta permaneceram acesas, sinalizando sua presença. Alguns pontos distantes quedavam com luzes mantidas por geradores, como ilhas de luz num mar de trevas. O que mais despertou minha atenção foram as nuvens, livres da reflexão avermelhada da cidade: estavam flutuando no céu iluminadas apenas pelo prata melancólico irradiado pela Lua.

Ainda permaneci na janela por uns 30 minutos. Júpiter e Aldebaran já estavam bem elevados. Outras estrelas apareciam de vez em quando sobre as nuvens, cintilando alegremente. Ver a minha rua e todas as casas ao redor mergulhadas no breu me deu uma sensação de estar navegando em alto mar: ora me sentia à deriva, ora parecia seguir um rumo. Toda aquela melancolia do prata lunar, a solidão das estrelas, que não deixam de brilhar mesmo estando sóis num universo tenebroso e infinito, a brisa gelada da noite, o silêncio absoluto, tudo isso refletia o que sou por dentro, por isso nunca me sinto sozinho se eu estiver abaixo das constelações, ainda que seja perdido em alto mar.

Fui dormir por volta da meia noite, sem ventilador. O efeito estufa pareceu aumentar dentro de casa, o calor estava insuportável, mesmo lá fora estando frio.

Acordei-me de madrugada com o ventilador funcionando.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A máquina de escarrar barulho


Por que diabos fui acompanhar uma banda de forró se apresentando sobre um trio elétrico? Não é precioso eu pensar muito, pois sei a resposta; essa pergunta idiota que fiz é apenas retórica para iniciar o parágrafo. O fato é que acompanhei uma banda de forró (você não leu errado!), tocando algo que eu chamaria de forró-axé-eletrônico, em comemoração à vitória de um candidato a prefeito em Santa Cruz do Capibaribe. Vê-se que, neste feriadão (invenção genuinamente brasileira), eu não tinha ABSOLUTAMENTE NADA pra fazer: os livros que havia para ler, já os li; o que havia para estudar, estudei; jogos de videogame, já zerei todos os que tenho; programas na TV, nenhum me agrada. Restou-me ir à casa da minha irmã, em Santa Cruz, para fugir do tédio da internet, e fazer algo mais, como acompanhar aquele trio elétrico barulhento – melhor do que dormir cedo –, algo que me distraísse, para que esse maldito feriadão passasse mais rápido.

Antes de mais nada, quero dizer que nem naquela cidade moro, portanto, diante de quem foi eleito ou não, sou mais neutro que a Suíça na Segunda Guerra.

Por volta das 22h, desci com minha irmã, Mariana, ao lado da turba concentrada ao pé daquela gigante máquina de escarrar barulho, sobre a qual havia algumas luzes baratas, um monte de gente usando camisas azuis e um grupo de cantores, que deveria ser a banda principal. Pouco depois de chegarmos, o tal candidato eleito, idealizador da festa, começou a falar, no mesmo microfone dos cantores. Falava como se fosse para um exército bárbaro, incitando-o à batalha contra uma legião de soldados romanos. Improvisadamente, inventei um joguinho para brincar com Mariana: contávamos os erros de português dele, e no final dizíamos o resultado, a fim de vermos se o número de erros percebidos por ela era igual ao percebido por mim.

Não vou dizer que a multidão ao nosso redor era um amontoado de pessoas vulgares porque senão estaria sendo preconceituoso. Lá mesmo, em meio ao barulho, me senti inspirado para escrever uma crônica sobre tudo aquilo, então tentei substituir, mentalmente, a palavra vulgar por alguma outra menos estereotipa. Foi quando olhei em volta com mais atenção e imediatamente me veio à cabeça a palavra barangas. O motivo dispensa explicações, pois estávamos rodeados delas. Todavia, aqui e acolá, passavam algumas meninas bonitas, mas eu tinha pena delas pelo modo como estavam vestidas. Não sou contra as mulheres que andam com pouca roupa: podem andar nuas à vontade; naturalmente, nós, homens, gostamos. Só que o sentimento de pena, ou compaixão, é o que se desperta dentro de mim ao ver uma mulher assim.

Quando a máquina de escarrar barulho começou a andar, pensei seriamente em subornar com 1 real o motorista, pra ver se ele nos deixaria subir nela. Mais de 1 real eu não pagaria de jeito nenhum pra subir naquilo. Indo lá em cima, talvez o tempo passasse mais rápido, pois nos distrairíamos mais. O que pensei, ao ver todo mundo começar a seguir o trio, poderia ser traduzido nessas palavras: “Feriado maldito! Agora tenho que acompanhar essa merda andando feito uma tartaruga!”

A turba seguiu ao longo da Avenida Prefeito Brás de Lira – poucos santacruzenses conhecem o nome dessa avenida, bem como o nome das demais ruas da própria cidade, em geral apelidadas, como é o caso da Rua dos Doidos.

Mariana e eu traçamos um olhar geral sobre o evento: na parte de trás, formou-se uma ala de velhos e velhas empurrando carrinhos de bebidas alcoólicas, seguidos de outras velhas catando as latas de cerveja que eram deixadas no chão – dir-se-ia que essas latas são a matéria fecal de qualquer evento envolvendo bandas de forró. Logo atrás das catadoras, uma “carreata” formou-se, repleta de veículos buzinando sem parar. Achei estranho a formação duma carreata atrás duma multidão acompanhando um trio, mas é preciso que compreender que essa gente acostumada a seguir fanaticamente as campanhas do seu candidato, especialmente o povo santacruzense, tem esse hábito de formar carreatas por instinto: um bando de motos na frente seguidas duma fila de carros. Organizam-se, nesse aspecto, como animais: por exemplo, como formigas formando um formigueiro. À frente do trio, só havia pessoas, umas dançando, outras não, e não há muito o que se dizer.

Do mesmo modo, não há muito o que se dizer sobre a apresentação da banda. Todo cantor dessas bandas de forró tem a voz igual: é o mesmo rãi-rãi-rãi, muito semelhante ao latido de um cão vira-lata, desses rabugentos que vivem nas ruas. Além disso, é difícil distinguir as músicas que cantam. Eu mesmo não consigo distingui-las: é como se estivessem cantando a mesma coisa do começo do show ao final.

Ao longo da avenida, muitas pessoas aguardavam a passagem do trio, com as malas dos seus carros abertas, explodindo desordenadamente as horríveis músicas do adversário vencido (um modo de zombar da cara dos eleitores que votaram no outro), que não são melhores que as músicas do vitorioso. Era inacreditável como os carros estavam estacionados de qualquer modo, tão desordenados quanto o barulho das músicas se encontrando. Cheguei a ver mais de um motorista dirigindo e bebendo cerveja na garrafa ao mesmo tempo.

Quando o trio passava, nenhum dos carros baixava o volume – acho mesmo que aumentavam –, isso fazia com que o som da banda se misturasse ao som das malas abertas, num caos sonoro escatológico. Dava medo ver e ouvir aquilo! Sinceramente, não compreendo esse conceito de diversão.

Pouco mais da meia-noite, Mariana e eu nos sentamos num banco da Avenida 29 de dezembro. Independente do barulho, sentimos tremendo sono, e resolvemos voltar pra casa. Depois soubemos que mataram um nessa festa, mas isso é coisa pra ser noticiada pela imprensa.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

De como o Curiosity me faz lembrar uma pipa



    Todo esse contexto do pouso do mais recente jipe explorador da NASA me fez lembrar as coisas que eu inventava quando era pequeno. Lembro principalmente de uma pipa que projetei e construí para levar um pequeno paraquedas a bordo. Quando a pipa atingisse a altura máxima, o paraquedas se desprenderia, se armaria e sairia voando. Tudo deu certo, fiquei observando com um binóculo o paraquedas se soltar, enquanto minha irmã segurava a linha. Acreditam se eu disser que a “capsula” desse paraquedas levava várias formigas? Coloquei umas dez dentro de um pedaço de canudo transparente, fechado, para que elas conhecessem as alturas!
    Loucura mesmo foi quando construí uma pipa enorme, que causou medo e admiração aos meus amigos e urubus que a viram voar. Meu objetivo era pendurar na linha 10 uma câmera fotográfica (pior é que era uma daquelas Kodaks de rolo de filme!). Sendo grande, a pipa era capaz de levantar sem problemas até umas 500 gramas. Construí a “coisa” que abrigaria a câmera (eu construía as coisas, mas esquecia de nomeá-las). Dentro dessa coisa, estava o mecanismo que faria a câmera disparar lá no céu: criei um botão que seria empurrado contra o disparador, por meio da força de um elástico – tudo de tamanho bem reduzido, para não ficar pesado. O impacto aconteceria após UM CIGARRO partir uma linha. Enquanto o cigarro queimasse, a pipa ganhava altitude. Quando a chama consumisse todo o cigarro, atingiria a linha, que se partiria e ativaria o disparador da câmera. Entretanto, no “dia do voo”, algo deu errado; provavelmente, a chama do cigarro atingiu outras partes da capsula: vi quando a câmera despencou de uma altitude de uns 150 metros até se espatifar no chão.
    Já tentei até construir um balão. Como é muito perigoso balões de ar quente, tentei fazer um de gás leve. O problema é que eu não sabia onde se vendia hélio, então desenvolvi um equipamento para extrair hidrogênio da água por meio do processo de eletrólise (eu fazia isso mesmo, não estou brincando!). Só que a extração demorava muito; cheguei a encher com o gás uma bolsa dessas de dudu: eu a soltava e ela saia voando até bater no teto do meu quarto. Mas era pouco para levantar objetos pesados (eu pretendia colocar uma câmera fotográfica a bordo do balão). Como a eletrólise é um processo muito demorado, perdi a paciência e não continuei o projeto.
    É sem igual a sensação que a gente sente quando construímos algo que projetamos e o vemos funcionar como o esperado. Isso explica a comemoração maluca dos técnicos da NASA ao verem o fruto das suas mãos aterrissar em Marte de um modo mais perfeito que o planejado. Eles devem ter sentido mais ou menos o que senti quando vi bem de perto as crateras da Lua com um telescópio que eu mesmo construí.
    Hoje em dia, não faço mais loucuras como aquelas, usando pipas; mas bem que sinto vontade de voltar a fazer. Meu projeto atual é enviar um balão de hélio até a estratosfera, conduzindo uma câmera digital, a fim de fazê-la tirar umas fotos lá de cima. Boa parte do agreste pernambucano seria enquadrada. Quando o balão estourasse, a câmera cairia com um paraquedas e eu a localizaria por meio de GPS. Tudo isso é possível e fácil de se montar. Nos outros países, todo mundo faz isso com menos de mil dólares, por que também eu não consigo fazer?!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Comentário a Brave


Sobre a poesia da história

    Muitos hoje em dia veem o padrão Disney de cinema limitado a musicais do tipo Hight Scool Music ou à música de puro consumo adolescente, que poderia ser representada pelos Jonas Brothes ou coisa semelhante – Hannah Montana, talvez. No entanto, a Disney é muito mais do que isso. A magia que a Disney já produziu e produz é mil vezes superior à magia de Harry Potter. No que se refere à parceria entre Disney e Pixar, a magia vai muito além de bruxaria: é um trazer à realidade sonhos infantis. Começou com Toy Story, onde brinquedos adquirem vida. Depois, o mundo das formigas se revelou tão interessante quanto a mais atrativa aventura já imaginada pelos homens. Personagens de mitos criaram vida em Monsters, Inc. O fundo do mar com seus animais marinhos divertiu o mundo em Finding Nemo. Super-heróis mostraram seus poderes de forma nunca imaginada, carros criaram vida, um rato virou cozinheiro, viu-se a poesia de um mundo habitado por robôs, depois uma casa levada do centro de uma grande cidade para o alto de uma montanha distante, planando no ar por meio de balões.

    Em Brave, há uma verdadeira lição de como fazer um conto de fadas. Princesas rebeldes há tempo deixaram de ser novidade no cinema, mas em Brave a principal originalidade da trama está na transformação da rainha em urso, fruto da relação instável entre mãe e filha. As surpresas no desenrolar dessa relação denotam um conteúdo de uma profundidade impossível de ser encontrada em outras animações do gênero. O conflito mãe-e-filha assemelha-se ao conflito pai-e-filho entre Darth Vader e Skywalker, que inclui um fundo de mitologia grega. O fato é que a Pixar não brinca com a animação que produz: quase tudo tem um significado, esconde uma história, enfim, tem vida própria e traz uma lição de moral.

Sobre a poesia da técnica

    O que mais me admirou em Brave foi o modo como a Princesa Merida se movimenta: corre, anda, gesticula. Os animadores mais uma vez se superaram; se bem que, em cada novo filme, a Pixar se supera em algum desafio técnico, provando que nada é impossível na computação gráfica. Dessa vez, eu diria que se superaram no “movimento humano”. Merida criança tem uma graça de movimento infantil bem mais perfeita que crianças reias têm. Merida adolescente é uma espécie de anjo – em minha opinião, é a mais perfeita personagem já feita por um estúdio de animação. Diferentemente de Fiona, da Dream Works, que começa o filme como princesa e termina como ogro, Merida se mantém uma linda menina o filme inteiro. Como eu já disse outras vezes, o que mais me fascinou em Brave foram os cabelos dela, marca da superação em tecnologia gráfica. Na época de Procurando Nemo, creio que era impossível fazer um personagem com os cabelos iguais aos de Merida e mantê-lo até o final do filme. Quando ela rasga aquela roupa apertada que sua mãe a mandou vestir para o cerimonial de apresentação dos pretendentes, vi nisso uma simbologia de quebra das técnicas tradicionais de modelagem para animação gráfica (sempre trazendo superfícies “lisas”) e proclamação de um novo tempo no modo de se fazer desenho em 3D.

sábado, 21 de julho de 2012

Visitando a cozinha


    Sempre evito entrar na cozinha da minha casa, porque toda vez que entro, algum grande desastre acontece. Costumo fazer as refeições em outros lugares, para nem chegar perto da cozinha. Mas hoje, provavelmente por estar muito seguro e confiante, entrei lá e resolvi abrir uma garrafa de Coca Cola, das de 2 litros. Tirei-a de dentro da geladeira, girei a tampa, despejei um pouco no copo. Até aí, tudo bem. O problema foi que, depois, a tampa não quis fechar bem. Notei que ficou vazando um pouco de pressão. Então, quis dar uma de mecânico de garrafas pet. Peguei uma faca e fui concertar a pequena avaria na tampa. Não sei que diabo de movimento executei, só sei que, na velocidade da luz, a garrafa voou da minha mão e começou a espirrar Coca Cola pra tudo quanto é lado, ensopando a mesa, as cadeiras, o balcão, a geladeira, as paredes, parecia um extintor desgovernado. Apesar de a garrafa ter voado, não a soltei completamente, e foi por ela ainda estar em minhas mãos que tudo isso aconteceu. Deixei a garrafa virada num canto, peguei o copo que tinha conseguido encher, comecei a beber tranquilamente e, olhando ao meu redor, pensava: “como é que cabe tanta Coca Cola dentro duma simples garrafa, o suficiente para lavar uma cozinha inteira, deixando as paredes com essas marcas dos jatos e o chão inundado dessa forma?!”

terça-feira, 26 de junho de 2012

Aprendi com Nietzsche


    Nietzsche educa os seus leitores para uma postura crítica diante do que é considerado “valor absoluto”, ensinando-nos a duvidar do que é tido como “verdade inalterável”, por isso, dificilmente veremos sua filosofia sendo lecionada em escolas de formação de padres (seminários). Nietzsche traz estudos que são completamente opostos aos da patrística. Bem sabemos que Santo Agostinho tem forte base platônica e socrática. Uma vez que nosso filósofo critica Sócrates, está indo contra tudo o que defende a existência de uma moral baseada na metafísica. Por isso, o cristianismo e todo tipo de crença no sobrenatural passam a ser vistos como fatores que nos impedem de ser o que realmente somos, impossibilitando nosso desenvolvimento como pessoa. Por conseguinte, fica a questão: por que uma escola de formação de sacerdotes impede seus alunos de estudar o conteúdo das obras de Nietzsche? Será que ela reconhece a fragilidade da própria moral que ensina e tem medo de ser menosprezada pelo pensamento do filósofo alemão? Que escola é essa que esconde dos próprios alunos as várias faces da disciplina de Filosofia, detendo-se apenas nas filosofias eclesiais?

    De fato, o objetivo de toda e qualquer religião é impor ideologias, fazer com que um “rebanho” de fiéis pense de um mesmo modo, preso a dogmas e rigidamente educado para ter uma opinião formada sobre os acontecimentos da vida. Essa opinião é, na absoluta maioria dos casos, conservadora, que pretende impedir o progresso mental das pessoas, sendo obstáculo para avanços na forma de pensar. Em verdade, toda religião é fundamentalista – umas mais, outras menos. O filósofo alemão que estudamos tem toda razão quando pretende desmascarar as atitudes dos religiosos, e o que se vê depois desse desmascaramento é algo tão sinistro que os próprios religiosos não querem acreditar no que estão mergulhados.

    A questão da moral, do modo como é abordada nos estudos nietzschianos, provoca em muitas pessoas certo assombro que faz com que elas atribuam ao filósofo algum tipo de insanidade em seus conceitos. Isso se deve ao fato de que as pessoas estão tão acorrentadas a um conceito de moralidade que não concebem diferentes formas de interpretação do mundo. Nietzsche é genial ao desmascarar o homem, afirmando que a moral, assim como Deus, não passa de uma invenção humana. Crença em divindades requer fé; fé não passa de um tipo de convicção cega e, como diz o próprio Nietzsche, “As convicções são cárceres." Por isso a crença em seres sobrenaturais é algo tão fácil de ser difundido, por ser convicção cega, que acaba gerando grandes e eficientes discursos sofistas com o único objetivo de atrair seguidores. É o que fazem os pregadores de todo tipo de religião. Sendo assim, a moderna filosofia sempre estará longe da boca deles e será fortemente criticada por ensinar o povo a pensar até o limite do pensamento.

    Apesar de tudo, a filosofia de Nietzsche está entre os escritos mais lidos em nosso mundo atual. É adorada pelo povo alemão e por todos os que se dão ao trabalho de pensar. Talvez, num futuro próximo, as estruturas da nossa sociedade não mais estarão erguidas sobre as bases da filosofia grega e, sim, sobre as bases da filosofia nietzschiana.

sábado, 3 de março de 2012

A sabedoria do silêncio tumular


    Hoje, sábado, fui ao cemitério de Santa Cruz do Capibaribe simplesmente para visitar o túmulo dos meus bisavôs. O motivo da ida à cidade santacruzense, que fica a 45 quilômetros daqui de Caruaru, foi simplesmente este: fazer uma simples visita desinteressada a um túmulo antigo, como costumo fazer regularmente, levando flores ou somente minha presença. Não sou dos que pensam coisas como: “Devemos nos importar mais com os vivos do que com os que já morreram.” Isso não passa de retórica vagabunda, um tipo de hipocrisia para com os próprios familiares mortos. É um jeito “bonitinho” de dizer: “Não quero visitar meus familiares falecidos porque não encontro nenhum entretenimento no cemitério, pois só ligo para o que é divertido e nada mais.” Nunca pensei como essas pessoas, desde pequeno gosto de caminhar entre túmulos e sentir o silêncio que só os cemitérios têm. As mesmas lápides que eu visitava quando tinha 4 anos de idade ainda estão do mesmo jeito. Cemitérios são algo como um lugar parado no tempo e nos fazem refletir profundamente sobre o sentido da nossa própria vida. Quem me conhece, sabe muito bem que não acredito em nada espiritual, não creio em eternidade nem em nada do tipo. Então o que vou fazer num cemitério, lugar aparentemente religioso? Vou ouvir o silêncio. Há uma sabedoria naquele vasto silêncio tumular, qualquer coisa que sentimos mas não sabemos explicar; talvez seja essa sensação que causa tanto medo em muita gente que visita o cemitério, mas não tenho medo de senti-la, ao contrário, vou buscá-la e ouvi-la.
    Cuide de quem já morreu! Devemos cuidar dos vivos (isso é tão óbvio que não merece nem ser dito) e devemos TAMBÉM cuidar dos mortos. Conserve seus túmulos, leve flores, lembre-se deles e reflita.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Para uma vida não-vazia

    Geralmente, pessoas que pensam coisas como "curta a vida o máximo que puder, antes que seja tarde" são as que mais facilmente entram em depressão, pois imaginam que o sentido da vida é apenas viver com intensidade e nada mais. Nessas pessoas, a prática da paciência é inexistente e a sabedoria nas decisões é quase nula. Elas não têm verdadeira força de vontade nem a virtude de seguir uma ideia até o final. Têm dificuldade em levar as coisas a sério, não se dominam nem sabem fazer sacrifícios para conseguirem o que querem, por isso não crescem como pessoas nem se destacam em nada. Acho ridículas essas pessoas! Não passam de arruaceiros baratos, vulgares, projetos de nada. A vida exige sacrifício, abstenções, dedicação de muito tempo às preocupações, pensamento, estudo, planejamento pesado, ações sábias e decisões mais sábias ainda. De que adianta “curtir a vida” e fazer tudo errado? De que adianta “curtir a vida ao máximo” e acabar se reconhecendo como um idiota entregue aos vícios do “viver”. O dia chega em que olhamos para trás e vemos que não soubemos fazer progresso como pessoa, pois a pura diversão sem conteúdo foi a principal preocupação nossa durante muito tempo. Claro que não vou permitir que no meu futuro eu veja uma coisa dessas quando olhar para trás. Entretanto, é óbvio que devemos curtir a vida, mas não podemos ver o “curtir” como o sentido da nossa existência. Em suma, quando essas pessoas curtidoras se reconhecem umas idiotas, é tarde demais.
    Será que os grandes gênios da humanidade tiveram tempo de “curtir a vida antes que fosse tarde?” 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A carta do professor



Porto Alegre, 16 de julho de 2011

Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS)

    Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã, sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre, onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio. Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir à aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para “fazer uma social”. Para rever os conhecidos. Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos.
    Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma ideia e prejudicando o andamento da aula. Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela.
    Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola.
    Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil!... Isso mesmo!... Tive que comparecer no dia 13/07/11, na 8.ª (Oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores. A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo!... Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil.
    Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país.

    Fica cristalina a visão de que, neste país:

* NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES;
* NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO;
* AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ESTÁ BOM ASSIM?

    Alguns exemplos atuais:

• Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês. Homenageado pela “Academia Brasileira de Letras"...
• Tiririca: R$ 36.000,00 por mês. Membro da “Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...

TRADUZINDO: SÓ O SALÁRIO DO PALHAÇO, PAGA 30 PROFESSORES. PARA AQUELES QUE ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE: CONTRATE O TIRIRICA PARA DAR AULAS PARA SEU FILHO.

    Um funcionário da empresa Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de um “ACT” ou um professor iniciante, levando em consideração que, para trabalhar na empresa você precisa ter só o fundamental, ou seja, de que adianta estudar, fazer pós e mestrado? Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00… Moral da história: Os professores ganham pouco, porque “só servem para nos ensinar coisas inúteis” como: ler, escrever, pensar, formar cidadãos produtivos, etc., etc., etc....

SUGESTÃO: Mudar a grade curricular das escolas, que passariam a ter as seguintes matérias:

* Educação Física: Futebol;
* Música: Sertaneja, Pagode, Axé; Funk;
* História: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira; Biografia dos Heróis do Big Brother; Evolução do Pensamento das "Celebridades";
* História da Arte: De Carla Perez a Faustão;
* Matemática: Multiplicação fraudulenta do dinheiro de campanha;
* Cálculo: Percentual de Comissões e Propinas;
* Português e Literatura: ?... Para quê?...
* Biologia, Física e Química: Excluídas por excesso de complexidade.

    Está bom assim?... Eu quero mais!...
    ESSE É O NOSSO BRASIL...
    Vejam o absurdo dos salários no Rio de Janeiro (o que não é diferente do resto do Brasil)

* BOPE - R$ 2.260,00....................... para ........ Arriscar a vida;
* Bombeiro - R$ 960,00..................... para ........ Salvar vidas;
* Professor - R$ 728,00..................... para ........ Preparar para a vida;
* Médico - R$ 1.260,00...................... para ........ Manter a vida;

    E o Deputado Federal? R$ 26.700,00 (fora as mordomias, gratificações, viagens internacionais, etc., etc., etc., para FERRAR com a vida de todo mundo, encher o bolso de dinheiro e ainda gratificar os seus “bajuladores” apaziguados naquela manobrinha conhecida do “por fora vazenildo!").

IMPORTANTE:
Faça dessa “corrente patriótica” um instrumento de conscientização e de sensibilização dos nossos representantes eleitos para as Câmaras Municipais, Assembleias Estaduais, Congresso Nacional e, principalmente, para despertar desse “sono egoísta” as autoridades que governam este nosso maravilhoso país, pois eles estão inertes, confortavelmente sentados em suas “fofas” poltronas, de seus luxuosos gabinetes climatizados, nem aí para esse povo brasileiro. Acorda Brasília, acorda Brasil!...

P.S.: Divulgue logo esta carta para todos os seus contatos. Infelizmente, é o mínimo que, no momento, podemos fazer, mas já é o bastante para o Brasil conhecer essa "pouca vergonha". As próximas eleições estão chegando!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Discussão no Face

André Hilton: Vocês mulheres ficam exigindo cavalheirismo dos homens, mas o que mais gostam em nós é quando agimos fazendo exatamente o oposto do cavalheirismo. A verdade é que vocês não sabem o que querem!! Se não nos acham "cavalheiros" o suficiente é porque não valorizam nosso cavalheirismo, então começamos a fazer aquilo que achamos que vocês valorizam!


Diego Cornelius: Bah, falou tudo! Principalmente na parte "começamos a fazer aquilo que achamos que vocês valorizam".

Amanda Petry: Tem muitos guris que são cavalheiros sim, e valorizamos esses, mas não temos como escolher de quem gostamos, e muitas vezes acabamos ficando afim de uns que não são nem um pouco cavalheiros e NUNCA foram. Isso de que não valorizamos o cavalheirismo não é verdade; se não valorizamos é porque não tem o que ser valorizado!!

Iasmim Klein: Não tem jeito! A gente não pode mudar vocês. Nós reclamamos porque conhecemos “pessoas incríveis” que sabem tratar a gente tão bem, mas não vai ser por isso que a gente não vai gostar de vocês. Sabe... quando a gente gosta, quer sempre o melhor pra vocês e aí a gente diz numa boa o que pode ser melhor, mas vocês logo se fecham e fazem justamente o contrario só pra contrariar!

Amanda Petry: Isso é verdade! E ainda reclamam quando falamos numa boa! Ah, e aquilo que o André postou não passa de uma desculpa que os homens que não são cavalheiros dão para justificar a falta de cavalheirismo, pois se uma garota não valoriza um garoto que é cavalheiro, com certeza ela não o valorizará se ele deixar de ser cavalheiro, então o burro é o guri que, ao invés de partir para outra, deixa o cavalheirismo de lado na esperança de conquistar quem não valorizou seu cavalheirismo!

Iasmim Klein: Ah, sem contar que isso era pra ser uma conversa descontraída de quem pega um no pé do outro, mas tem algumas pessoas que se intrometem e deixam o negocio sério.

André Hilton: A Amanda me surpreendeu! Ela foi genial na resposta! Mas ainda assim discordo de algumas coisas que ela falou. Na verdade, discordo quase de tudo! Existe SIM algumas gurias que não valorizam o cavalheirismo. Talvez elas tenham outra concepção do que é ser cavalheiro (de tão mal acostumadas que estão!). E se um garoto mantém as esperanças de conquistar alguma garota ao invés de partir para outra, significa que ele ama essa menina, apesar de ela ser tão burra a ponto de não ser nem capaz de enxergar o quanto ele a ama. Mas um dia ele perde a paciência e acaba partindo pra outra, e quando ele fizer isso, nunca mais vai voltar atrás – afinal, ele não é burro também! Além disso, é inegável que vocês mulheres têm uma forte tendência a admirar mais os arruaceiros, bagunceiros, ignorantes e mulherengos, por isso nem sempre levamos vocês a sério.
    E o que eu disse não tem nada a ver com desculpa de homens que não são cavalheiros!!! Aquilo que postei não passa de uma reflexão muito superficial sobre o tema. Os homens que não são cavalheiros nem sequer chegariam a pensar sobre isso. Homens vulgares não ligam para os sentimentos das meninas, só querem conquistá-las e pronto. Nem de “amor” eles falam. Se estou discutindo sobre isso, é porque sou cavalheiro o suficiente a ponto de me importar com o tema e ver as opiniões a respeito.
    E isto aqui não tem nada a ver com “se intrometer e deixar o negócio sério” (como falou cuidadosamente a Iasmim). Se o tema acabou se aprofundando foi porque aconteceu naturalmente. É assim que surgem grandes respostas às questões complicadas. Mas gostei muito disso que a Iasmim disse: “quando a gente gosta, quer sempre o melhor pra vocês.” Vou tentar levar mais a sério da próxima vez que uma menina reclamar comigo e me dizer “numa boa” o que eu tenho que fazer! Talvez ela esteja certa.

Amanda Petry: Mas se ele ama a garota e quiser conquistá-la, com certeza não vai conquistá-la deixando o cavalheirismo de lado, uma vez que ele nem o valorizava quando era cavalheiro. Ah, a maioria das garotas tem sim uma queda maior pelos arruaceiros, bagunceiros, ignorantes mulherengos, mas tu realmente acha que na hora de querer algo sério, tipo namorar, elas vão querer arruaceiros, bagunceiros, ignorantes mulherengos?? Na verdade, esses garotos se acham os espertos pegando todas, mas na hora de ter algo sério com certeza não serão a primeira opção de nenhuma garota!!

André Hilton: Quando acontece de o garoto deixar de lado o cavalheirismo para conquistar a garota da qual ele está afim, é só por uns dias, depois ele volta a ser cavalheiro de novo. É apenas uma mudança de estratégia, para ver se dá certo – no meu caso, eu não farei mais isso porque a Amanda já explicou que não dá certo. Quem tem o dom de ser cavalheiro não vai abandoná-lo só por causa de uma menina, afinal, neste mundo há mais mulheres que homens! (as opções são infinitas para nós.)
    O bom é que pelo menos você admite que a maioria das garotas tem sim uma queda maior pelos arruaceiros. Muitas negam isso. Só acho que vocês não deveriam valorizar tanto esses arruaceiros mulherengos, do contrário os que são “comportados” não se interessarão por vocês. Esta é a razão que faz as meninas terem tanta desilusão quando o assunto é “namoro sério”: estão tão acostumadas a apreciar as artimanhas dos bagunceiros que perderam a capacidade de reconhecer os que sabem dar valor aos sentimentos delas.

Amanda Petry: Pelo contrário, se elas estão acostumadas a apreciar as artimanhas dos bagunceiros, é claro que se aparecer alguém cavalheiro e que dê valor aos seus sentimentos elas vão apreciar ainda mais, isso é fato. Porém, não é sempre que isso conquista uma garota; às vezes, elas se apaixonam pelos arruaceiros, bagunceiros, ignorantes mulherengos e tentam dar dicas para eles mudarem, mas então ao invés de aceitar e tentar melhorar, simplesmente recebem a dica com patadas!!

Iasmim Klein: Pode existir muito mais mulheres que homens, mas certamente nenhuma mulher é igual a outra. E pode ter certeza: as mulheres que são inteligentes e razoavelmente bonitas, e que ainda por cima se apaixonam verdadeiramente por vocês, estão em grande minoria. Então não é em qualquer esquina, não é em qualquer lugar que você vai encontrar alguém especial. Então é melhor não nos desprezar, porque não somos brinquedos que podem ser substituídos a qualquer hora.

André Hilton: No dia em que um bagunceiro mudar por causa dos conselhos recebidos de uma garota, pode apostar que nesse dia vai nascer melancia nos pés de uva! Não sei como vocês mulheres conseguem ter tantas esperanças!! Por isso sofrem tanto! Além disso, sobre o que disse a Iasmim Klein, sei que nenhuma mulher é igual a outra, por isso às vezes acontece de nós homens passarmos tanto tempo lutando por uma única. Nós não "substituímos" vocês, apenas vivemos realizando a missão impossível de tentar encontrar a pessoa certa.

Iasmim Klein: Dizem que a esperança é a última que morre...

Amanda Petry: MISSÃO IMPOSSÍVEL DE TENTAR ENCONTRAR A PESSOA CERTA?? Me desculpe, mas se você acha que encontrar a pessoa certa é impossível, porque ainda está na procura?? Encontrar a pessoa certa não é impossível, impossível é encontrar uma pessoa perfeita, pois ela não existe. E não é impossível fazer um "bagunceiro" mudar, acredito que quando você conhece uma pessoa e realmente a ama, vai mudar e tentar ser o melhor para ela; se ele não mudar, estará provando que não gosta e não merece a garota!

André Hilton: ‎Amanda, outra vez você foi genial quando disse que encontrar a pessoa certa não é impossível, impossível é encontrar uma pessoa perfeita. Era exatamente isso que eu pretendia dizer, mas não pensei o suficiente. Parabéns!! Só não concordo quando você diz que é possível fazer um bagunceiro mudar. Nunca vai ser possível! Se ele mudar, estará fingindo. Quando duas pessoas se gostam de verdade, nenhuma delas vai querer que o outro mude em nada. O amor verdadeiro é aquele onde um garoto e uma garota SE COMPLETAM sem exigir mudanças no outro. Entenda isso!!!

Iasmim Klein: Então, enquanto o bagunceiro não mudar, certamente será solteiro e, quando amadurecer, quem sabe encontre a pessoa certa, pois nenhuma garota quer sofrer.

Amanda Petry: Elas podem não querer mudar a pessoa, mas simplesmente melhorá-las, pois quem ama mesmo vai querer o melhor para o outro e há pessoas que simplesmente precisam de alguém que aponte seus defeitos. Eu não estou falando mudar a personalidade completamente, apenas alguns defeitos que, na maioria dos homens, é a falta de cavalheirismo!

domingo, 1 de janeiro de 2012

As histórias e nós


    Para que serve uma história? Podemos dizer que, basicamente, serve para nos informar acerca de acontecimentos passados. Acima de tudo, histórias simplesmente contam, nos trazendo mundos ou nos conduzindo a mundos, reais ou fictícios. Histórias prendem tanto nossa imaginação que o simples contar é suficiente para nos satisfazer. Por isso lemos ficção.
    Mas também é preciso aprender com as histórias, afinal, livros são depósitos de conhecimentos, que nunca se esvaziam e enchem a cabeça do leitor. Na aventura do conhecimento, fazemos descobertas e aprendemos a melhor desvendar os segredos do mundo.
    Uma boa história é aquela que nos faz pensar, ou que nos convida a pensar. Creio mesmo que este seja o objetivo da literatura: despertar as mentes das suas acomodações. Sim, nossa mente se acomoda, por isso precisamos de livros; eles evitam que “verdades” sejam impostas sobre nós e nos fazem desenvolver a arte de questionar.
    Por isso lemos, por isso escrevemos.