terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Livres para pensar


    Quando eu disse, no Twitter, que precisamos de ateísmo criativo, pois só assim as pessoas que têm contato com nossas palavras ficam ateias também, não significa de modo algum que eu esteja defendendo a coação para se impor ideias.
    Uma das coisas que mais repudio neste mundo é justamente os discursos ou opiniões que tendem a obrigar o leitor a pensar como o que proferiu ou escreveu as palavras. As pessoas que ficam ateias somente tendo contato com as palavras do ateu, conforme mencionado acima, é consequência da capacidade de eloquência do tal descrente, que livremente levou o ouvinte a adotar também o ateísmo.
    Se você quiser acreditar em Deus ou deuses e se sentir bem na crença, acredite em divindades, não tenho absolutamente nada contra os que creem em forças ocultas e/ou superstições. Do mesmo modo, se você tiver oitenta anos e continuar acreditando em Papai Noel, acredite, você é livre para pensar o que quiser, encontrar a verdade onde quiser e fazer o que quiser. Mas se você sentir que falta espaço para vivenciar as suas ideias, crenças ou descrenças, significa que a sociedade ao seu redor está com uma saúde muito precária e precisa o quanto antes de remédios.
    Defendo uma sociedade alternativa, tal qual é cantada na famosa música do Raul Seixas. Só assim grandes mentes surgem do meio do povo e a nação cresce.

domingo, 26 de dezembro de 2010

A nota nova


    Um caminhoneiro, amigo do meu primo, estava andando por um posto de gasolina quando encontrou no chão uma nota de cem reais da nova. Que falta de sorte a minha, pensou ele ao apanhar a cédula. Uma das que vale, nunca encontrei, mas falsa, sim. Mas essa aqui nem falsificada parece, com certeza é de brinquedo.
    Levou a nota para o caminhão e seguiu viagem.
    Um dos seus colegas que ia no banco ao lado o perguntou:
    – Tem dez reais aí pra eu comprar cigarro?
    O motorista respondeu:
    – Eu vou lhe dar é cem! – e o entregou a nota nova que encontrara.
    O colega achou graça e se impressionou como aquele dinheiro se parecia com os que conhecia. Olhou o número nele desenhado e disse:
    – Isto nem cem reais imita! Esse último zero aqui deve indicar o centavo, ou seja, isto é uma nota falsa de dez reais – concluiu ele.
    – Quer apostar que consigo enganar um tolo, fazendo-o trocar esse pedaço de papel por duas de cinco reais?
    – Vamos ver!
    No primeiro restaurante de beira de estrada que acharam, o caminhoneiro pegou a cédula e, achando-se o maioral na esperteza, perguntou a um vendedor de laranjas que lá havia:
    – Troca esses dez por duas de cinco?
    O vendedor prontamente trocou e acabou comprando por dez reais uma nota de cem.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Aquele que não tiver preconceito, que atire a primeira pedra

    Este vídeo do Felipe Neto nos faz pensar bastante sobre o tema. O rapaz do canal Não Faz Sentido não é tão brilhante quanto o PC Siqueira, do canal Maspoxavida; mas uma coisa esses dois vlogueiros têm em comum: falam a verdade na sua forma mais desnuda. Os palavrões são fundamentais para acompanhar a verdade sendo proclamada, pois tudo o que é verdadeiro é sujo, imundo, carniça.


    Pensar que não existe preconceito em você é tão ilusório quanto acreditar que vivemos numa sociedade democrática. Eis a totalidade dos meus preconceitos – não são tão (~) nocivos a ponto de eu não poder publicá-los. Talvez alguns deles batam com muitos dos seus também.
    Tenho preconceito contra motos; contra um estilo de música chamado pagode (divertido só para ser galhofado); contra novelas da Globo; contra outro estilo de música chamado forró (com algumas exceções difíceis de explicar aqui); contra as pessoas que acreditam demais em Deus e se deixam ser conduzidas pela crença; contra filmes brasileiros; contra bandas emo brasileiras (as estrangeiras pelo menos servem para a gente praticar inglês); contra banho de mar e qualquer tipo de diversão típica de praia; contra música pop religiosa (com exceção às do Pe. Zezinho); contra faculdades e universidades que têm propaganda na TV; contra supermercados, padarias e farmácias – prefiro a companhia do Satanás no inferno a esses estabelecimentos; contra tradução de música e poemas estrangeiros; contra qualquer forma de auto-ajuda; contra os preguiçosos que não põem a própria criatividade para fora.
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Comentário sobre um detalhe do vídeo
    O caso de se julgar como sendo “mais inteligente” a mulher “feia” que aparece na figura é uma questão puramente psicológica, não tendo nada a ver com preconceito. Assim como a mente masculina atribui ideia de paz a uma mulher bonita, da mesma forma atribui ideia de inteligência ao que ou quem parecer austero.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vamos rasgar dinheiro!


    Tenho percebido que os santacruzenses têm uma mania estranha de rasgar dinheiro. Semana passada, a varanda daqui de casa estava repleta de pedaços de notas de vinte, dez e cinco reais. Hoje fui pagar várias contas e recebi como troco, dentre as cédulas inteiras, algumas de dois reais rasgadas bem ao meio, perfeitamente divididas em duas partes, como se o rasgão tivesse sido intencional. Mas estavam remendadas com fita adesiva, é claro. E não eram cédulas velhas, eram novas: o curioso é que não vieram de um banco só; fiz os pagamentos em três bancos diferentes.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ouvindo o Rei do Baião


    Estive ouvindo hoje algumas canções de Luiz Gonzaga. Ninguém representa tão bem a alma nordestina.
    Quando ouço o filho do Seu Januário cantar, o próprio Mozart parece “atirei o pau no gato”. Desculpe, Hayley Williams, mas Paramore, minha banda favorita, se transforma em nada.
    É incrível como o vento, o calor, a imensidão e o cheiro do Nordeste podem ser sentidos em A morte do vaqueiro.
    A triste partida precisa ser tombada pela UNESCO como patrimônio da humanidade!