terça-feira, 22 de março de 2011

Chegou água!


    Chegou água na tarde deste sábado lá na Vila do Oscar. Mas como os canos da rua não são muito acostumados a ter água correndo dentro deles, quase todos estouraram. Pareciam gêiseres!
    Os moradores, além de encherem tudo o que é de cisternas, tanques e baldes, não permitiram que tanta água se desperdiçasse à toa: conectaram mangueiras nos canos estourados e as penduraram nas algarobas. Não preciso nem dizer para que fizeram isso... Para tomar banho!
    Alguém abriu a mala de um carro e ligou o som em todo volume. Outros armaram mesas de bares perto das mangueiras, depois trouxeram cerveja, começaram a assar carne... Foi uma festa! Banho e cerveja!
    Santa Cruz do Capibaribe e região sempre enfrentou o problema de escassez de água, o que é natural em cidades construídas num ambiente seco. A escassez não se iguala à enfrentada pelos habitantes do vasto sertão nordestino, mas é o suficiente para os santacruzenses verem numa forte chuva o maná dos céus. Por isso, quando acontece de a chuva cair de uma só vez, em todas as ruas encontramos gente tomando banho nas bicas das casas, correndo pelas calçadas, feliz por estar ensopado.
    Um povo desses nunca vai negligenciar um cano estourado!

terça-feira, 15 de março de 2011

A arte do desenho 3D

    Caro leitor meu, que, por isso mesmo, se destaca na prática da ascese ao exercitar a virtude da paciência. Tenho demorado a postar porque resolvi me aprofundar na computação gráfica, poderosa área do mundo digital que nos possibilita dar a forma física, em três dimensões, a tudo o que nossa mente for capaz de imaginar.
    Dediquei tanto tempo ao estudo do Blender que neste mês de fevereiro só li dois livros, dois míseros livros de pouco mais de quinhentas páginas. O resto do tempo livre entreguei à dissecação do programa.
    Foi um estudo profundo, intensivo, afinal, desenho 3D é uma verdadeira ciência (alguns se dedicam exclusivamente à iluminação, outros exclusivamente à modelagem, outros à textura), mas finalmente aprendi todas as técnicas essenciais e já posso fazer as ilustrações que me der na telha. O que não aprendi ainda foi a experiência, que só o tempo concede – mas isso não importa, afinal, não pretendo ser modelador digital para sempre.
    É inacreditável como a computação gráfica evoluiu rápido, de modo especial num software livre como o Blender!
    Dominando a técnica, pude fazer algumas ilustrações para As Aventuras dos Mendigos Viajantes (um conto meu).


A cápsula

















O balão


























Agora me dê uma esmolinha, por favor.

quarta-feira, 9 de março de 2011

A beleza das pedras

    Nesta segunda-feira, aproveitando o feriado de carnaval, fui dar uma volta por alguns pontos daqui da região, indo de encontro à vasta natureza que por aqui se vê.
    Quando digo vasta natureza, refiro-me às serras, colinas, planícies e, principalmente, às pedras. Assim como as nuvens encantam a muitos com suas formas que lembram as mais diferentes figuras, do mesmo modo as pedras despertam minha imaginação. Algumas me fazem ver figuras de pássaros, peças de máquinas, formas arquitetônicas, pessoas, etc. O topo de muitas das serras é inteiramente constituído por uma única pedra do tamanho de outras serras.
    Essa foto abaixo foi feita nas proximidades de Toritama, cerca de 3 quilômetros da BR-104, em cima de uma colina de pedra. O único defeito dessa foto é que parece que estou segurando uma lança invisível em cada mão!


    O povo dos arredores costuma desenterrar as rochas para que sejam formados reservatórios naturais de água na impermeável superfície cheia de buracos. Esses reservatórios são chamados de tanques, e armazenam água vinda diretamente da chuva. Eis alguns deles:



    A água fica esverdeada por cima devido ao lodo que se forma, mas pode ser consumida sem problema algum – bebi dela, e foi a mais pura que já provei.
    A próxima parada foi Fazenda Nova, onde visitamos o Parque das Esculturas. Nele, encontramos grandes esculturas em pedra, retratando principalmente figuras típicas da cultura pernambucana. Assim que vi essa estátua abaixo, logo pensei: “Vou tirar uma foto em cima da cabeça dela!” Sempre que vejo uma estátua, penso em ser fotografado na cabeça dela – o mesmo já pensei com relação à Estátua da Liberdade e ao Cristo Redentor.


    O trecho da rodovia que vai do trevo do Lampião ao teatro de Nova Jerusalém tem mais buracos que a superfície lunar. Como a pista não é muito movimentada, você se diverte driblando as crateras com o carro à toda velocidade. É divertido, mas um tanto perigoso. Só os turistas que vão assistir à Paixão de Cristo é que não se divertem jogando o carro para os lados entre os buracos, pois estes são tapados com qualquer revestimento (barro, talvez) que dure enquanto durar o espetáculo no maior teatro ao ar livre do mundo – alguém precisa avisar ao Google Earth que mande um satélite fotografar o local, com maior resolução!