21 de agosto
Hoje, pelo final da tarde, peguei com meu primo um Toyota para irmos ao bairro Oscarzão. Como o caminho se faz pela PE-160, é costume os moradores daquele bairro pegarem Toyotas com destino a Caruaru ou Taquaritinga do Norte. Subimos nos bancos de trás, levando várias bolsas pesadas.
Aqui em Santa Cruz , no primeiro cruzamento para se entrar na cidade, foram colocados vários semáforos, pois o fluxo de veículos entrando e saindo é muito grande. O problema é que uma dessas sinaleiras permanece no vermelho por uns três minutos ou mais e libera apenas míseros trinta segundos de sinal verde. A fila de veículos parados é longa na pista, todos aguardando a rara oportunidade do sinal aberto.
Mas o motorista do nosso Toyota não era desses que esperam. Enfiou o carro pelo acostamento, beirando a fila, e saiu com mais de mil, passando por cima de buracos, paralelepípedos que fora do lugar jaziam ao lado duma obra de reforma, pedaços de pau, lombadas – não sei como os pneus aguentavam! Parecia que estávamos fugindo da polícia. A cena lembrava um filme de ação, onde o motorista não quer saber o que tem pela frente. Meu primo e eu estávamos com pressa e adoramos a velocidade, não obstante tivéssemos de nos segurar firme.
Enquanto furava tudo, nosso condutor gritava pela janela: “Caruaru!” Nem colocava o pé no freio; a cada grito parecia acelerar mais. Para cortar caminho, meteu o carro por dentro dum posto de gasolina. Logo chegamos ao último ponto de parada. Foi quando subiu uma mulher que, ao sentar-se, perguntou: “Senhor motorista, espero que o senhor não seja desses que correm demais.” “De modo algum, senhora!”
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