quarta-feira, 8 de setembro de 2010

No Toyota


21 de agosto

    Hoje, pelo final da tarde, peguei com meu primo um Toyota para irmos ao bairro Oscarzão. Como o caminho se faz pela PE-160, é costume os moradores daquele bairro pegarem Toyotas com destino a Caruaru ou Taquaritinga do Norte. Subimos nos bancos de trás, levando várias bolsas pesadas.
    Aqui em Santa Cruz, no primeiro cruzamento para se entrar na cidade, foram colocados vários semáforos, pois o fluxo de veículos entrando e saindo é muito grande. O problema é que uma dessas sinaleiras permanece no vermelho por uns três minutos ou mais e libera apenas míseros trinta segundos de sinal verde. A fila de veículos parados é longa na pista, todos aguardando a rara oportunidade do sinal aberto.
    Mas o motorista do nosso Toyota não era desses que esperam. Enfiou o carro pelo acostamento, beirando a fila, e saiu com mais de mil, passando por cima de buracos, paralelepípedos que fora do lugar jaziam ao lado duma obra de reforma, pedaços de pau, lombadas – não sei como os pneus aguentavam! Parecia que estávamos fugindo da polícia. A cena lembrava um filme de ação, onde o motorista não quer saber o que tem pela frente. Meu primo e eu estávamos com pressa e adoramos a velocidade, não obstante tivéssemos de nos segurar firme.
    Enquanto furava tudo, nosso condutor gritava pela janela: “Caruaru!” Nem colocava o pé no freio; a cada grito parecia acelerar mais. Para cortar caminho, meteu o carro por dentro dum posto de gasolina. Logo chegamos ao último ponto de parada. Foi quando subiu uma mulher que, ao sentar-se, perguntou: “Senhor motorista, espero que o senhor não seja desses que correm demais.” “De modo algum, senhora!”

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