quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Em quem votar?



    Sabemos que nosso país, nestas eleições, censurou os humoristas, proibindo-os de se espelhar na pessoa dos candidatos para fazer a necessária comédia. Em compensação, as propostas dos presidenciáveis e demais candidatos a menor hierarquia estão substituindo o humor feito por profissionais.
    Primeiro vem a linguagem usada, tão vulgar que nos sentimos desvalorizados. Estão falando a cidadãos ou a cães recentemente alfabetizados? Por outro lado, os políticos sabem o quanto a educação brasileira é companheira do nada; se falassem a língua “culta” dos jornais, ninguém entenderia coisa alguma.
    Em seguida, vêm as propostas, que na verdade não são propostas, são única e claramente as obrigações de qualquer pessoa que cuida dos negócios públicos. Só que, na propaganda, tudo é enfeitado, e as propostas, quando de fato as há, transformam-se em festa musical.
    No meio desse picadeiro de promessas, há os ataques aos adversários. Fala-se em ataques, lembramos de guerra. Mas nesta campanha eleitoral, quem nos dera houvesse guerras autênticas! Os ditos ataques são tão covardes, baixos, burros, tempestade num copo de mijo... são tão pueris, duma estética estratégica horrorosa, que, aos meus olhos, o candidato me diz exatamente isso: “Não vote em mim!” Sigo o pedido e dirijo os olhos a outro; não demora muito e este defeca conversas piores. Assim vou migrando até as opções zerarem.
    Em quem votar? Quero votar, quero exercer meu papel na escolha dos meus representantes no governo! Não quero anular meu voto nem votar em branco. Quero candidatos, exijo políticos! Alguém sabe onde os posso encontrar?

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