Usarei versos brancos na tarefa,
Já que não quero perder tanto tempo
Tentando montar rimas trabalhosas.
A verdade é que não sei dizer nada
Que exprima por que de ti eu gosto.
E mesmo que tal coisa soubesse eu
Nada faria para compreendê-la.
Afinal o amor nada é na vida.
E se algo for, que tenho haver com isso?
Apenas quero namorar contigo
Porque não sei viver sem namorar.
Não passas duma exigência que faço
Inconscientemente e nada além.
És um sapato necessário ao pé;
Adorno para eu andar na lama.
E para ti adorno também sou
Em meio à falsidade que nos rege
Pois a vida é um gigante teatro
E as peças são escritas pelos bêbados.
Nossos beijos não passam de besteira;
Besteira que convence o olhar alheio.
Sem beijos o casal fica esquisito;
Finjamos ser normais pra convencer.
Falamos em casar-nos no futuro,
Burrice que queremos praticar.
Por isso dá a tua mão à minha
E vamos mergulhar no precipício.
Por outro lado em nada nós pensamos;
Tu vives tua vida e eu a minha.
Somos meros humanos idiotas
Preguiçosos por não querer pensar.
Sem ti a minha vida é bem melhor,
Mas a maldita condição humana
Me faz pensar que é bom estar contigo.
Eis o que somos: asnos de dois pés.
Mas já que tudo em nós é uma mentira
Eu posso demonstrar amor por ti
Fingindo te querer pra me enganar
Fazendo tu o mesmo pra enganar.
Foi o primeiro e o único poema que escrevi na vida. Publicado originalmente no blog Discovery, em 25 de agosto de 2009.
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